Já são conhecidos os vencedores da edição 2018 dos Prémios de Mestrado, organizada pela SPECO – Sociedade Portuguesa de Ecologia, que irão apresentar o seu trabalho no 17º Encontro Nacional de Ecologia, que terá lugar a 15 e 16 de novembro na Universidade de Évora. Os prémios foram abertos em três áreas distintas - Serviços de Ecossistema Marinhos, Ecologia dos Sistemas Aquáticos e Ecossistemas de Montanha.
Maria Inês Clara, Mestre pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, David Mateus, Mestre pela Universidade de Aveiro, e João Filipe, Mestre pela Universidade de Coimbra, foram seleccionados como primeiros classificados para as áreas de Serviços de Ecossistemas Marinhos, Ecologia dos Sistemas Aquáticos e Ecossistemas de Montanha, respectivamente, de acordo com a decisão do júri seleccionado para o efeito.
Maria Inês Clara, contabilizou os serviços que a Ria de Aveiro proporciona através da avaliação das características e comportamentos sócio-demográficos dos visitantes juntamente com os seus interesses e opiniões. Esta avaliação permitiu o reconhecimento da valoração cultural que a Ria oferece aos diferentes munícipes podendo assim contribuir para o desenvolvimento de planos estratégicos de conservação, com base em dados sociológicos e económicos.
David Mateus dedicou-se ao estudo do percebe, com vista a compreender a relação da variação temporal e espacial de recrutamento. Por outro lado, comparou o recrutamento tradicional com um substrato artificial - “barticle” - colocado no terreno durante um certo período de tempo. Desta forma foi-lhe possível avaliar a janela temporal em que se dá maior recrutamento e perceber a adequação do substrato artificial mesmo em zonas de grande agitação. A obtenção de índices permitem a sua aplicação directa em estudos de monitorização do recrutamento de percebes, de conservação das populações e da sua exploração para a aquacultura.
João Filipe investigou plantas invasoras em áreas nativas e não-nativas. O aparecimento de plantas invasoras é actualmente um dos factores de maior importância na sustentabilidade e conservação dos ecossistemas. É, pois, crucial a compreensão dos processos evolutivos que levam as plantas exóticas introduzidas num ecossistema a sofrer alterações para se tornarem invasoras, com vista ao desenvolvimento de medidas de gestão. Este trabalho comparou duas espécies mediterrânicas nativas introduzidas na Califórnia (EUA) há dois séculos, assim como de híbridos inter-regionais. Apenas uma se tornou invasora porque desenvolveu alterações nas suas características fisiológicas e morfológicas, originando adaptações que potenciaram as suas características invasoras.
Os prémios, no valor de quinhentos euros, são atribuídos ao primeiro classificado que terá ainda um bónus de 2 anos com quotas pagas. O valor monetário atribuído é dado pelo CIIMAR (Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental), MARE (Centro de Ciências do Mar e do Ambiente) e CIMO (Centro de Investigação da Montanha), respectivamente para as três áreas postas a concurso: Serviços dos Ecossistemas Marinhos, Ecologia dos Sistemas Aquáticos e Ecossistemas de Montanha. O vencedor do Prémio dos Ecossistemas de Montanha aufere ainda de um estágio e estadia de duas semanas no CIMO, em Bragança.
Os segundos classificados, Sara Cardoso, Mestre pelo ISPA - Instituto Universitário, Beatriz Pina, Mestre pela Universidade de Coimbra e Tiago Barbosa, Mestre pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo receberão uma Menção Honrosa e um bónus de um ano de quotas pagas.
A SPECO lançou os Prémios de Mestrado como forma de valorizar o trabalho desenvolvido pelos jovens ao longo do seu mestrado. A criação destas medidas de incentivo e valorização de trabalhos desenvolvidos por mestrandos em território nacional dentro das áreas de investigação das unidades pode potenciar maior colaboração e intercâmbio de jovens. Estes prémios são exemplos de parcerias empenhadas num exercício consistente de desenvolvimento científico e social.
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