Terminou no passado dia 19 a COP15. Os 195 países participantes aprovaram o Quadro Global da Biodiversidade que, reconhecendo que a biodiversidade é fundamental para o bem-estar da humanidade e para o equilíbrio do planeta, tem como principal objectivo travar seu declínio.
Acordo Histórico sobre Biodiversidade | 360 RTP1
Maria Amélia Martins-Loução, presidente da SPECO, foi convidada no programa 360 da RTP a comentar este acordo histórico: Hoje é um dia histórico na medida em que a última década em termos de conservação da natureza foi muito má, depois do acordo de Nagoya, e portanto chegar ao dia de hoje com um acordo global para a natureza à semelhança daquilo que foi estabelecido em 2015 para a questão climática é de facto extremamente importante.
M. A. Martins-Loução refere-se à Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU, que decorreu em 2020 na cidade de Nagoya. Das 20 metas estabelecidas nesta convenção, nenhuma foi cumprida integralmente. Das várias medidas acordadas na COP15, destacam-se: > o compromisso para proteger 30% do planeta até 2030, isto é 30% de área do planeta em conservação integral, correspondendo a superfície terrestre e marinha. > restaurar 30% das áreas degradadas do planeta de ecossistemas terrestres, marinhos e águas continentais. > mobilizar recursos financeiros no valor de 200 mil milhões de dólares anuais para pôr em prática planos de acção e estratégias de conservação da biodiversidade até 2030. > eliminar, minimizar, reduzir e/ou mitigar os impactos de espécies exóticas invasoras na biodiversidade e nos serviços de ecossistemas.
Maria Amélia Martins-Loução comenta que “o facto de termos esta obrigatoriedade, este comprometimento político, de haver esta área em conservação integral e os outros 30% de restauro ecológico dos ecossistemas ao nível de todo o planeta é de facto extremanente importante e bastante positivo.”
Veja aqui a entrevista completa, a partir do minuto 24:11.
O Acordo Global para a Biodiversidade | Opinião | AZUL PÚBLICO
Maria Amélia Martins Loução, Presidente da SPECO, publicou um ensaio no AZUL do Jornal Público.
O aspecto positivo é o facto deste acordo vincular 190 países que são agora responsáveis em estabelecer medidas urgentes que revertam a perda de biodiversidade e restaurem ecossistemas degradados. No entanto, existem algumas lacunas que terão de ser assumidas de forma clara. A pior é a falta de urgência e de medidas concretas para acabar com a extinção de espécies e ecossistemas. Por exemplo, a utilização de pesticidas e fertilizantes, bem como a pegada de consumo, ligadas directamente à produção de alimento, tem apenas metas de risco. O facto de se considerar que a extinção pode ser revertida até 2050, indicia que se pode continuar neste estado do “vamos fazendo” por mais 28 anos. Por outro lado, enquanto 30% da superfície terrestre e dos oceanos estarão protegidos até 2030, o que se perspectiva para os outros 70%?
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