Começou ontem a Cimeira das Partes da Convenção da Diversidade Biológica das Nações Unidas - COP 15 - que decorre até 19 de Dezembro em Montreal, no Canadá. Embora pareça semelhante à COP27, as cimeiras centram-se em questões diferentes. A COP27 abordou principalmente acções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A COP15 tem a natureza como foco. Enfrentar a perda da biodiversidade nunca foi tão urgente. Existem actualmente mais de um milhão de espécies que se encontram ameaçadas de extinção. O planeta está a passar por um alarmante declínio da natureza, como resultado da actividade humana.
A importância da COP15 | Opinião | PÚBLICO Maria Amélia Martins Loução, Presidente da SPECO, publicou um ensaio no AZUL do Jornal Público. “Proteger a biodiversidade é do nosso interesse. A Biodiversidade – a diversidade dentro da mesma espécie, entre espécies e ecossistemas – está a diminuir a uma velocidade vertiginosa. De acordo com a Plataforma Intergovernamental para a Biodiversidade e Serviço dos Ecossistemas (IPBES, da sigla inglesa) desde 1970 até hoje, a produção de alimento e madeira aumentou 45%, com a indústria florestal a gerar cerca de 13,2 milhões de empregos. No entanto, os indicadores de regulação como a quantidade e qualidade de solo e a diversidade de polinizadores diminuíram, indicando ganhos insustentáveis. A quantidade e qualidade de variedades de plantas e animais da nossa dieta alimentar tem vindo a ser progressivamente diminuída com repercussões na segurança alimentar. A degradação das paisagens reduziu a produtividade em 23% e a perda de polinizadores está a aumentar essa redução. Actualmente, 75% das paisagens estão alteradas, 66% do oceano recebe impactos cumulativos e cerca de 85% das zonas húmidas desapareceram. A perda de habitats costeiros e recifes de corais tem diminuído a protecção da costa aumentando o risco de cheias e tempestades, colocando em perigo as populações. O grande desafio actual é, por isso, entender que alterações climáticas, perda de biodiversidade, degradação da paisagem e poluição estão interligadas. As alterações climáticas exercem um impacto negativo não só no Homem mas também na distribuição das espécies, dinâmica das populações e função dos ecossistemas, com perdas de resiliência e capacidade de retenção de carbono. A poluição, o fogo e as espécies invasoras aumentam os efeitos negativos sobre os recursos naturais, e afectam toda a cadeia alimentar e a economia global.” Leia o artigo completo aqui
A Escala do Clima Maria Amélia Loução esteve ontem no programa da rádio Antena 1 “A Escala do Clima”. Alguma boa esperança em relação a esta COP15 da Biodiversidade? Pode ser melhor que a COP27? “É preciso é ter esperança Aquilo que mais me preocupa é a falta de sensibilidade que a população está a ter perante a biodiversidade. E é evidente que não é culpa das pessoas. É culpa da sociedade que nos encontramos, cada vez mais urbana e portanto mais desligada do meio natural. (…) É urgente falar-se e defender-se a biodiversidade. As pessoas fazem uma desconexão entre o problema do clima e o problema da biodiversidade e isto está tudo associado. E está tudo interligado. É um aspecto que falha. (…)” Oiça a entrevista completa aqui
COP 15 Cimeira da Biodiversidade | Telejornal RTP1 Maria Amélia Loução foi entrevistada no Telejornal da RTP 1. "Está de facto em causa a nossa sobrevivência." Veja a entrevista aqui, após o minuto 19:05.
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