
É dia de Investir no Planeta Terra (hoje e sempre)
Todos os anos 22 de Abril, celebra a “nossa casa comum”, o Planeta Azul, o único que suporta a vida humana e a de outros milhares de organismos, o planeta TERRA.
O último relatório do IPCC (Intergovernmental Panel for Climate Change) mostrou-nos que todos os esforços globais para limitar as emissões de CO2 não são ambiciosos o suficiente para impedir o aumento de 1,5 ºC. Estamos, porém, numa pequena janela temporal em que é possível a mudança, se actuarmos já. Apesar de se fazerem sentir as consequências do aquecimento global, da destruição dos ecossistemas e da perda de biodiversidade, ainda há tempo para prevenir piores impactes e recuperar alguma diversidade.
Cortar nas emissões de carbono através de uma transição energética não é suficiente, há que eliminar o que já foi emitido em excesso e a natureza tem a solução perfeita: a fotossíntese.
O nosso planeta tem de ser mais verde…é imperativo investir no restauro dos ecossistemas que produzam florestas densas e resilientes, e é essencial recuperar e proteger os oceanos e as pradarias marinhas!

O tema deste ano da celebração do #DiaDaTerra é "Invista no nosso Planeta" [1]
Todos/as juntos/as temos de ser proactivos para proteger a nossa saúde, o nosso bem estar e a natureza que nos rodeia. Se a economia é linguagem do poder, falemos a sua linguagem.
Imagine o planeta como um produto que queremos adquirir, consumir e retirar rendimento. Se queremos prosperidade temos de investir e, neste caso, as acções rentáveis, são conhecimento científico e holístico, tecnologia de monitorização de riscos e tempo: para avaliar os dados, para os interpretar e discutir e para propor soluções viáveis.
O desafio é global e requer soluções globais. Por isso são necessárias mudanças em todos os sectores e actores sociais.
Temos de reconhecer a importância e o poder das comunidades!
Pessoas + poder = mudança
Os decisores, políticos de cada país e até mesmo as ONG de Ambiente têm de ouvir as suas comunidades locais e inseri-las na criação da mudança. Há que aprender com comunidades rurais, indígenas e tradicionais. Estas são as que vivem em maior harmonia com a natureza e as que mais preservam a terra. As áreas geridas por povos indígenas e comunidades locais possuem 38% das paisagens intactas e albergam 80% da biodiversidade mundial. [2] Os seus/suas líderes devem estar na mesa das decisões políticas.
Temos de ouvir os cientistas.
Cientistas + comunidades = saber holístico e transversal
O conhecimento holístico e transversal que a Ecologia e os ecólogos - profissionais da ecologia - oferecem é cada vez mais usado não só na gestão do território terrestre ou marinho, mas também em áreas da saúde e apoio à economia ecológica, entre outras. Praticam e cultivam a ciência nos laboratórios e no campo e partilham-no com os cidadãos através da ciência cidadã.
Texto de Inês Reis dos Santos com revisão de Maria Amélia Martins-Loução.
Verdejar o Planeta Terra
Maria Amélia Martins-Loução escreve no Publico que "A sociedade actual está mais motivada e sensível às presentes questões ambientais, mas liga-as apenas à crise climática provocada pelo excesso de dependência energética de combustíveis fósseis. Combater a alteração climática com aumento de energias renováveis maioritariamente em espaços naturais e focar a competitividade económica com aumento de oferta turística à custa da delapidação do património natural é insuficiente para a sustentabilidade de um futuro próximo. Mas é esta a informação transmitida e incentivada. Urge estabelecer o valor da biodiversidade para a regulação climática, a purificação do ar e da água e a acumulação de carbono. Sem políticas públicas e informação científica direccionada, dificilmente o país pode cumprir as metas europeias que procuram minimizar a crise climática e a perda de diversidade e, especialmente, contribuir para verdejar o planeta."
Leia o artigo completo em: https://www.publico.pt/2022/04/22/azul/opiniao/verdejar-planeta-terra-2002958
O planeta pode ser o que ele quiser...
Maria Amélia Martins-Loução considera a perda de biodiversidade um dos grandes riscos e desafios do século XXI, que se interliga com a crise das alterações climáticas. e diz-no "Nós é que precisamos do planeta, não é o planeta que precisa de nós. E muitas vezes esquecemo-nos disso. Independentemente do controlo todo que temos, é o planeta que se mantém, e é o planeta que pode ser o que quiser". Veja o video completo abaixo.