Agradecimento de prémio no festival CinECO

José Alves e sua equipa recebem menção honrosa no CineECO

“Migradores de Longa Distância - Entre o Tejo e o Ártico”

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Documentário “Migradores de Longa distância- Entre o Tejo e o Ártico” foi distinguido, pelo júri do prestigiado festival de cinema ambiental, CineECO em Seia.

O prémio atribuido ao documentário, uma Menção Honrosa, distingue o trabalho de investigação de uma  equipa de investigadores do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, liderada por José Alves, que se dedica ao estudo aves limícolas migratórias, que percorrem enormes distâncias nas suas viagens entre o ártico e as zonas temperadas, e as respostas que estas espécies são capazes de desenvolver perante as drásticas alterações dos seus habitats naturais.

Este ano, na sua 27ª edição, o CineEco, o mais antigo festival de cinema ambiental do mundo, que decorreu na Casa Municipal da Cultura de Seia entre 9 e 16 de Outubro, contou um número recorde de mais de 90 filmes oriundos de 20 países. De entre estes 90 filmes, o documentário “Migradores de Longa distância- Entre o Tejo e o Ártico” mereceu o destaque do Júri, sendo-lhe uma Menção Honrosa na categoria internacional de séries e reportagens televisivas.

Este documentário promove uma discussão informada sobre a importância do conhecimento científico nas tomadas de decisão e o impacto do aeroporto projetado para a base aérea do Montijo.

 Assista ao documentário na RTPPlay: 

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Muitos parabéns à equipa!

Argumento de José Alves e Joaquim Pedro Ferreira; Realização de Pedro Miguel Ferreira e Joaquim Pedro Ferreira, Imagem de Joaquim Pedro Ferreira; Edição de Pedro Miguel Ferreira; Revisão Científica de Amadeu Soares e José Alves; Narração de Celestino Ales; Sonoplastia da Billyboom Sound Design e Produção da PlaySolutions Audiovisuais.

A importância da comunicação de ciência

  1. O que significa, para a si e para a sua equipa, este reconhecimento dado pelo prestigiado festival de cinema ambiental?

    Reafirma que o conhecimento científico quando bem comunicado para o grande público é bem aceite e chega às pessoas. E é ai que este pode ajudar a formar opiniões, numa sociedade que se pretende cada vez mais informada e interventiva.

    O reconhecimento pelo CineEco deve-se também, e em muito, ao trabalho do Joaquim Ferreira e do Pedro Ferreira, sem o qual os nossos estudos científicos não teriam a oportunidade de ter esta visibilidade e saltarem para fora da academia.

    Finalmente, é também o coroar de quase 2 anos de trabalho intensivo, desde a escrita (e rescrita) do argumento, filmagens em vários países dos trabalhos de campo, e até a tradução e legendagem que foi feita em casa nas “horas vagas”. Fazer este tipo de produtos de divulgação, que demoram largos meses até chegarem às pessoas, exige também uma considerável dose de paciência, porque pode parecer que não se está a fazer nada em termos de divulgação quando na verdade estamos a preparar um produto diferenciador, com o potencial de chegar a muitas pessoas. Por exemplo a primeira emissão do documentário na RTP 1 foi visto por 343 mil espetadores.

  2. Na sua opinião e, baseado na experiência que teve na realização deste documentário, quais são os maiores entraves? Que tipo de apoios faltam para que conteúdos semelhantes possam ser produzidos?

    A maior dificuldade é sem dúvida alguma a falta de apoio financeiro. Não faltam conteúdos científicos, não faltam histórias para contar, nem faltam argumentos para mais documentários. O que é extremamente difícil é conseguir convencer financiadores a apoiarem estas iniciativas. E estamos a falar de custos que não conseguimos eliminar, porque o staff time de quase todos intervenientes está garantido pelo sentido de obrigação que nutrimos em comunicar (a nossa) ciência – são horas extraordinárias atrás de horas extraordinárias.

    Neste trabalho conseguimos financiamento da RTP via o concurso público de consulta de conteúdos que decorre cada ano, mas temos já apresentado mais propostas que infelizmente não têm tido sucesso, apesar das provas dadas.

  3. A SPECO é uma sociedade científica que promove a actividade científica e a sua divulgação, com o objectivo de aumentar o conhecimento científico em Ecologia. Como pode a SPECO, apoiar na divulgação e criação de conteúdo semelhante?

    O apoio da SPECO é muito bem-vindo e desde logo extremamente útil na divulgação destes trabalhos via os seus canais de comunicação (website, redes sociais, comunicação com os seus associados). Talvez possa também promover sessões onde o(s) documentário(s) é/são mostrado(s) seguidas de conversa/debate com a audiência? (fica a sugestão).

    Quanto à criação de conteúdos semelhantes, caso a SPECO possa estabelecer pontes com potenciais entidades que apoiem a divulgação de conhecimento científico em Ecologia, nós temos várias propostas prontas para apresentar.