As alterações que assistimos hoje em dia são mais profundas do que as tão faladas alterações climáticas.
2020 avizinhava ser um “Super-Ano” para a Biodiversidade. Várias reuniões globais estavam agendadas que, no final do ano, culminariam com a redacção de uma nova “Estratégia para a Biodiversidade”. Seria um ano de avaliações e início de novas acções em prol da salvaguarda da biodiversidade e das alterações globais.
A economia global procura desenvolver estratégias que aumentem a produção de riqueza, no entanto isso leva ao aumento da emissão de gases com efeito de estufa, e com isso o funcionamento biofísico equilibrado da Terra é posto em causa. Numa altura em que a força imposta pela Humanidade e subsequente desenvolvimento económico influencia directamente o funcionamento do planeta Terra, é imperativo revisitar o conceito de desenvolvimento sustentável e os desafios que se colocam à sua abordagem económica e ecológica.
Muitos dos desafios globais de saúde que enfrentamos hoje, incluindo as doenças infeciosas e a desnutrição, estão associadas ao declínio da biodiversidade e à brutal degradação dos ecossistemas. A destruição do planeta é a nossa própria destruição – não estamos acima de nenhuma espécie.