top of page

Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias: Vencedores da Edição 2025

  • Foto do escritor: SPECO
    SPECO
  • 29 de jul.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 14 de ago.

Comunicado de imprensa revela quem foram os vencedores da edição de 2025 do Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias, organizado pela SPECO.


ree

A SPECO divulga, por este meio, o comunicado de imprensa relativo aos vencedores da edição de 2025 do Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias, organizado pela SPECO.


Clique na fotografia para ler a entrevista com o vencedor.
Clique na fotografia para ler a entrevista com o vencedor.

Afonso Ferreira, investigador no MARE (Centro de Ciências do Mar e do Ambiente) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Sara Mendes, actualmente investigadora no Consejo Superior de Investigaciones Científi cas (CSIC), Espanha, mas antes doutoranda no CFE (Centro de Ecologia Funcional) da Universidade de Coimbra e Diana Sousa-Guedes, investigadora do Centro de Investigação em Ciências Geo-Espaciais (CICGE) da Universidade do Porto, foram seleccionados como primeiro, segunda e terceiras classificadas, respectivamente, pelo júri convidado a avaliar as candidaturas ao Prémio de Doutoramento em Ecologia - Fundação Amadeu Dias.


Compreender o impacto das alterações climáticas na produtividade primária da Antártida foi o objectivo do primeiro classificado. Afonso Ferreira adoptou um plano de trabalho com uma abordagem holística, com diferentes técnicas e metodologias, combinando observações in situ, dados de satélite e experiências laboratoriais com culturas de fitoplâncton. O seu grande desafio foi compreender as dinâmicas sazonais e espaciais do fitoplâncton na Antártida Ocidental, essenciais à compreensão do funcionamento dos produtores primários, assim como as eventuais implicações que estes impactos podem vir a ter para a dinâmica dos predadores do ecossistema. Esta tese demonstrou que as alterações climáticas estão associadas a um aumento da biomassa de fitoplâncton, e que as diferentes espécies estão bem adaptadas ao ambiente de luz altamente variável da região. No entanto, umas conseguem tolerar melhor o stresse luminoso, o que pode justificar a sua predominância nas camadas associadas à água do degelo glaciar. Esta tese constituiu um exemplo da importância das colaborações multinacionais, já que beneficiou de dados e de suporte logístico e financeiro de três programas científicos a decorrer na Antártida. Dada a importância, a nível mundial, da investigação na Antártida é fundamental a colaboração sustentada entre múltiplos programas para obter os dados de longo prazo essenciais à compreensão dos impactos das alterações climáticas neste ecossistema.


Clique na fotografia para ler a entrevista com a vencedora.
Clique na fotografia para ler a entrevista com a vencedora.

Sara Mendes desenvolveu um trabalho sobre o impacto das alterações climáticas, a perda de biodiversidade e a urbanização na capacidade de dispersão de sementes. Esta fase do ciclo de vida representa a única oportunidade de movimento das plantas, fundamental para a dinâmica das populações e para a sua resiliência às alterações climáticas. Este trabalho utilizou a abordagem das redes ecológicas e permitiu a construção da primeira rede de dispersão de sementes a nível Europeu, a mais completa para um continente. Com base nesta rede, avaliou o estatuto de conservação do serviço de dispersão de sementes na Europa e lançou uma ferramenta aplicável a outros tipos de interacções, funcionando como um indicador precoce da degradação das comunidades. O estudo forneceu a primeira evidência empírica de sementes dispersas por animais para além do seu limite actual de distribuição, mostrando a necessidade da conservação de animais dispersores para as plantas acompanharem as alterações climáticas. Ao estudar o papel da urbanização através desta ferramenta das redes ecológicas verificou ainda que os dispersores generalistas facilitam a dispersão de plantas exóticas das cidades para os ecossistemas naturais. Alerta assim para a importância de conservar a vegetação natural nos espaços urbanos e de controlar a introdução de espécies exóticas nos parques e ruas das cidades.


Clique na fotografia para ler a entrevista com a vencedora.
Clique na fotografia para ler a entrevista com a vencedora.

O trabalho de Diana Sousa-Guedes desenvolveu-se a partir da resposta à pergunta central de como a poluição por plástico e as alterações climáticas, afectam os habitats de nidificação de tartarugas marinhas. Este estudo teve forte impacto prático e social ao produzir mapas de risco com aplicação directa na formulação de políticas públicas e ordenamento costeiro. Neste trabalho debruçou-se sobre a tartaruga comum em Cabo Verde um dos maiores hotspots de nidificação da espécie a nível mundial. Para o desenvolvimento do seu trabalho usou uma abordagem multi-escala ecológica, onde cruzou dados de campo, deteção remota e modelação ecológica. À escala do ninho, demonstrou que a presença de fragmentos de plástico reduz significativamente o sucesso de eclosão e interfere na sincronização da emergência dos neonatos, aumentando a vulnerabilidade à predação. À escala das ilhas, mapeou os padrões espaciais de acumulação de lixo marinho em praias remotas e turísticas, tendo constatado que a sua dispersão está ligada à actividade pesqueira e às correntes oceânicas. À escala do arquipélago, integrou variáveis ambientais e antropogénicas (como lixo marinho, temperatura, inundação, luz artificial e turismo) para avaliar a vulnerabilidade de mais de 300 praias de nidificação e verificou que as áreas com mais ninhos coincidem com zonas críticas de acumulação de lixo, constituindo um paradoxo de conservação. À escala global, este trabalho revelou tendências preocupantes associadas ao aquecimento das praias, com aumentos recentes no número de ninhos, mas os dados alertam para um futuro declínio, à medida que se ultrapassam limites térmicos críticos para o desenvolvimento embrionário. Foi também com este trabalho que identificou os produtos químicos que geram toxicidade para os neonatos.


Os três primeiros classificados irão apresentar o seu trabalho e receber o prémio no 24º Encontro Nacional de Ecologia que, este ano, irá decorrer de 20 a 22 de Novembro na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Os prémios, no valor de 3 000, 2 000 e 1 000 euros, são atribuídos, respectivamente, ao primeiro, segundo e terceiro classificados. Os três candidatos terão ainda um bónus de 1 ano com quotas pagas.


O prémio recebeu 14 candidaturas elegíveis, de doutorados com teses defendidas nas Universidades de Aveiro, Algarve, Coimbra, Lisboa, e Porto.


Clique no botão abaixo para ler o resto do relatório.




Saudações ecológicas.

Comentários


Não é mais possível comentar esta publicação. Contate o proprietário do site para mais informações.
29.png
  • Facebook
  • Instagram
  • YouTube
  • LinkedIn

(+351) 217 500 439

(chamada para a rede fixa nacional)

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Edifício C4, 1º Piso, Sala 4.1.32
1749-016 Lisboa

DivECO
SPECO
InvECO
ResECO

© 2025 SPECO - Sociedade Portuguesa de Ecologia. Todos os direitos reservados.

bottom of page